Altas-habilidades: o que são, como identificar e como desenvolver
Você já se perguntou se você ou alguém que você conhece tem altas-habilidades? Você sabe o que significa ser uma pessoa com altas-habilidades ou superdotação? Você conhece as características, os desafios e as oportunidades que envolvem esse fenômeno?
Neste artigo, vamos explorar o conceito de altas-habilidades, os critérios para o diagnóstico, as principais características e as formas de atendimento educacional especializado para as pessoas com altas-habilidades. Também vamos apresentar algumas curiosidades, mitos e fatos sobre esse tema tão fascinante.
O que são altas-habilidades?
Altas-habilidades ou superdotação é um termo usado para descrever pessoas que apresentam um potencial elevado em uma ou mais áreas do desenvolvimento humano, como cognição, afetividade, criatividade e motivação. Essas pessoas se destacam por sua capacidade de aprender rapidamente, de resolver problemas complexos, de produzir ideias originais e de se envolver em atividades desafiadoras.
Não há uma definição única e universal de altas-habilidades, pois esse conceito depende de vários fatores, como contexto cultural, histórico e educacional, critérios de identificação, instrumentos de avaliação e modelos teóricos. Além disso, as altas-habilidades são heterogêneas, ou seja, podem se manifestar de diferentes formas e em diferentes graus em cada pessoa.
Como identificar as altas-habilidades?
A identificação das altas-habilidades é um processo complexo e multidimensional, que envolve a participação de diversos profissionais, como psicólogos, pedagogos, professores e familiares. O objetivo da identificação é reconhecer as potencialidades e as necessidades educacionais especiais das pessoas com altas-habilidades, para que elas possam receber um atendimento adequado e desenvolver suas habilidades ao máximo.
Não há um método único e infalível para identificar as altas-habilidades, mas sim uma combinação de vários instrumentos e procedimentos, como testes de inteligência, testes de criatividade, observação comportamental, entrevistas, questionários, portfólios, entre outros. Esses instrumentos devem ser adaptados à realidade e à diversidade dos indivíduos e dos grupos, considerando aspectos como idade, gênero, etnia, cultura e condição socioeconômica.
Quais são as características das pessoas com altas-habilidades?
As pessoas com altas-habilidades apresentam diversas características que podem ser agrupadas em cinco categorias: cognição, afetividade, criatividade, motivação e identificação e avaliação. Essas características não são exclusivas nem determinantes das altas-habilidades, mas sim indicativas de um potencial elevado que pode ser desenvolvido ou não dependendo de vários fatores ambientais e pessoais. Vejamos algumas dessas características:
- Cognição: as pessoas com altas-habilidades têm uma capacidade superior de raciocínio lógico, abstrato e crítico. Elas aprendem com facilidade e rapidez, têm uma memória excepcional e um amplo vocabulário. Elas também têm uma curiosidade insaciável e um interesse por diversos assuntos. Elas gostam de ler, pesquisar e se aprofundar em temas complexos.
- Afetividade: as pessoas com altas-habilidades têm uma sensibilidade emocional intensa. Elas sentem emoções fortes e variadas, tanto positivas quanto negativas. Elas também têm uma grande empatia pelos outros e se preocupam com questões sociais e éticas. Elas podem ter dificuldades de se adaptar a ambientes ou situações que não correspondem às suas expectativas ou necessidades. Elas podem apresentar ansiedade, perfeccionismo ou baixa autoestima.
- Criatividade: as pessoas com altas-habilidades têm uma habilidade superior de produzir ideias originais, inovadoras e divergentes. Elas têm uma imaginação fértil e um senso de humor refinado. Elas gostam de experimentar, inventar e criar coisas novas. Elas também têm uma capacidade de improvisar e de encontrar soluções alternativas para os problemas.
- Motivação: as pessoas com altas-habilidades têm uma motivação intrínseca para aprender e para se desafiar. Elas têm uma persistência e uma determinação para alcançar seus objetivos e superar suas dificuldades. Elas também têm uma autoconfiança e uma autonomia para tomar decisões e assumir responsabilidades. Elas buscam constantemente o aperfeiçoamento pessoal e profissional.
- Identificação e avaliação: as pessoas com altas-habilidades têm uma consciência de suas próprias habilidades e limitações. Elas sabem reconhecer seus pontos fortes e fracos, seus interesses e suas preferências. Elas também sabem avaliar seu desempenho e seu progresso, bem como solicitar feedback e orientação quando necessário. Elas têm um senso de autoeficácia e de autocontrole sobre seu aprendizado.
Como desenvolver as altas-habilidades?
As pessoas com altas-habilidades precisam de um atendimento educacional especializado que atenda às suas necessidades específicas e que estimule o desenvolvimento de suas potencialidades. Esse atendimento deve ser planejado e executado por profissionais qualificados, em parceria com a família e a comunidade. Alguns dos princípios que devem orientar esse atendimento são:
- Respeito à diversidade: o atendimento deve reconhecer e valorizar as diferenças individuais e grupais das pessoas com altas-habilidades, considerando aspectos como idade, gênero, etnia, cultura e condição socioeconômica.
- Flexibilidade curricular: o atendimento deve adaptar o currículo escolar às características, aos interesses e ao ritmo de aprendizagem das pessoas com altas-habilidades, oferecendo conteúdos mais avançados, complexos e diversificados.
- Enriquecimento extracurricular: o atendimento deve proporcionar oportunidades de aprendizagem fora do ambiente escolar, como cursos, oficinas, projetos, visitas, intercâmbios, etc., que ampliem os horizontes culturais, científicos e artísticos das pessoas com altas-habilidades.
- Aceleração: o atendimento deve permitir que as pessoas com altas-habilidades avancem mais rapidamente nos níveis de ensino, de acordo com sua capacidade e maturidade, evitando a repetição ou a ociosidade.
- Orientação: o atendimento deve oferecer orientação psicológica, pedagógica e profissional para as pessoas com altas-habilidades, auxiliando-as a lidar com os desafios emocionais, sociais e acadêmicos que possam surgir.
Curiosidades, mitos e fatos sobre as altas-habilidades
Para encerrar este artigo, vamos apresentar algumas curiosidades, mitos e fatos sobre as altas-habilidades que podem despertar sua curiosidade ou esclarecer suas dúvidas sobre esse tema tão fascinante. Nesta sessão, eu vou compartilhar com você algumas curiosidades, mitos e fatos sobre as altas-habilidades que podem despertar sua curiosidade ou esclarecer suas dúvidas sobre esse tema tão fascinante. Veja só:
- Você sabia que existem diferentes tipos de inteligência? O psicólogo Howard Gardner propôs a teoria das inteligências múltiplas, que reconhece pelo menos oito tipos de inteligência: linguística, lógico-matemática, espacial, musical, corporal-cinestésica, interpessoal, intrapessoal e naturalista. Segundo essa teoria, as pessoas podem ter altas habilidades em uma ou mais dessas inteligências.
- Você sabia que nem todas as pessoas com altas habilidades têm um bom desempenho acadêmico? Algumas delas podem apresentar subdesempenho, ou seja, uma discrepância entre seu potencial e seu desempenho. Isso pode acontecer por vários motivos, como falta de motivação, baixa autoestima, dificuldades de adaptação ou problemas familiares ou escolares. Essas pessoas precisam de apoio psicológico e pedagógico para superar suas barreiras e expressar suas habilidades.
- Você sabia que algumas pessoas com altas habilidades podem ter também alguma dificuldade de aprendizagem? Essas pessoas são chamadas de duplamente excepcionais, pois apresentam altas habilidades em uma ou mais áreas e também algum tipo de transtorno ou deficiência que afeta seu processo de aprendizagem. Por exemplo, elas podem ter altas habilidades em matemática e também dislexia, ou altas habilidades em música e também déficit de atenção. Essas pessoas precisam de um atendimento educacional especializado que considere suas potencialidades e suas dificuldades.
- Você sabia que as pessoas com altas habilidades podem ter diferentes estratégias de enfrentamento social? O enfrentamento social é a forma como as pessoas lidam com as situações sociais que envolvem suas altas habilidades, como se relacionar com os colegas, os professores e a família. Algumas estratégias são positivas, como buscar apoio social, demonstrar suas habilidades ou cooperar com os outros. Outras são negativas, como esconder suas habilidades, se isolar ou competir com os outros. As estratégias de enfrentamento social podem variar de acordo com o gênero, a idade e o tipo de escola das pessoas com altas habilidades.
- Você sabia que a aceleração é uma das formas mais eficazes de atender às necessidades educacionais das pessoas com altas habilidades? A aceleração é o processo de permitir que as pessoas com altas habilidades avancem mais rapidamente nos níveis de ensino, de acordo com sua capacidade e maturidade. A aceleração pode ser feita de várias formas, como pular uma série, ingressar mais cedo na escola ou na universidade, cursar disciplinas avançadas ou fazer cursos simultâneos. A aceleração não prejudica o desenvolvimento social e emocional das pessoas com altas habilidades, mas sim traz benefícios acadêmicos e psicológicos para elas.
Conclusão
Espero que você tenha gostado deste artigo sobre altas-habilidades, diagnóstico e características. Neste artigo, nós exploramos o conceito de altas-habilidades, os critérios para o diagnóstico, as principais características e as formas de atendimento educacional especializado para as pessoas com altas-habilidades. Também apresentamos algumas curiosidades, mitos e fatos sobre esse tema tão fascinante.
As altas-habilidades são um fenômeno complexo e heterogêneo, que envolve vários aspectos do desenvolvimento humano. As pessoas com altas-habilidades apresentam um potencial elevado em uma ou mais áreas, mas também enfrentam desafios emocionais, sociais e acadêmicos. Elas precisam de um reconhecimento e de um atendimento adequado para desenvolver suas habilidades ao máximo e contribuir para a sociedade.
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Referências:
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Olá! Eu sou Gérson Silva Santos Neto, e minha paixão é explorar os mistérios da mente humana e desvendar os segredos do cérebro. Mas espere, há mais: sou também um neurocientista biohacker. Vamos nos aprofundar nisso?
O Começo da Aventura
Desde criança, eu já era fascinado pelas perguntas que pareciam não ter respostas simples: Por que pensamos o que pensamos? Como nossas emoções se entrelaçam com os circuitos neurais? Essas questões me impulsionaram a seguir uma carreira na interseção entre a psicologia e a neurociência.
A Jornada Acadêmica e Além
Doutorado em Neurociências e Ciências do Comportamento: Minha jornada acadêmica me levou à Universidade de São Paulo (USP), onde mergulhei fundo no estudo dos distúrbios do neurodesenvolvimento. Imagine: perfis cognitivos, comportamentais e de personalidade da síndrome de Turner, tudo isso conectado à herança cromossômica do X. Foi uma verdadeira aventura científica!
Mestre em Ciências (Neurociências): Antes do doutorado, fiz uma parada estratégica para obter meu título de mestre. Minha pesquisa? Investigar as alterações neuropsicológicas relacionadas ao rinencéfalo, usando a síndrome de Kallmann como modelo. Essa síndrome, com suas disfunções genéticas, é um quebra-cabeça intrigante que me fez perder noites de sono (no bom sentido, claro!).
Biohacking: Desvendando Limites
Aqui está o toque especial: sou um biohacker. O que isso significa? Bem, não apenas observo o cérebro; também experimento com ele. Desde otimização cognitiva até técnicas de meditação avançadas, estou sempre explorando maneiras de elevar nossa experiência mental. Ah, e sim, às vezes uso eletrodos e wearables estranhos. Mas hey, a ciência é uma aventura, certo?
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