Economia comportamental: o que é e como aplicar em sua estratégia
Economia comportamental é uma área da ciência que busca estudar e compreender os fatores psicológicos, cognitivos, emocionais, culturais e sociais que influenciam as decisões econômicas das pessoas e das instituições. A economia comportamental se diferencia da economia clássica, que assume que as pessoas têm preferências bem definidas e tomam decisões racionais e auto-interessadas com base nessas preferências.
Neste texto, você vai aprender:
- O que é economia comportamental e como surgiu;
- Quais são os principais conceitos e teorias da economia comportamental;
- Como a economia comportamental pode ajudar a melhorar seus resultados.
O que é economia comportamental e como surgiu
O termo economia comportamental foi cunhado em 1986 por Richard Thaler, um dos principais expoentes da área e ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2017. No entanto, as origens da economia comportamental remontam ao século XVIII, com autores como Adam Smith, que já consideravam o papel das emoções e dos desejos nas decisões econômicas (WIKIPEDIA, 2021).
A economia comportamental se consolidou como um campo de estudo nas décadas de 1970 e 1980, com as contribuições de Daniel Kahneman e Amos Tversky, psicólogos que desenvolveram a teoria dos prospectos, que explica como as pessoas avaliam os riscos e as incertezas nas situações de escolha (UCHICAGO NEWS, 2021).
A economia comportamental se baseia na ideia de que as decisões econômicas são influenciadas por processos mentais e emocionais, muitas vezes inconscientes ou enviesados, que podem ser observados e analisados por meio de experimentos. A economia comportamental considera as pessoas como seres humanos que estão sujeitos a limitações cognitivas, impulsividade e influência do ambiente e das circunstâncias. Essa caracterização contrasta com os modelos econômicos tradicionais que tratam as pessoas como agentes racionais – que têm autocontrole perfeito e nunca perdem de vista seus objetivos de longo prazo – ou como pessoas que cometem erros aleatórios que se anulam no longo prazo.
Quais são os principais conceitos e teorias da economia comportamental
A economia comportamental utiliza diversos conceitos e teorias para explicar e prever o comportamento econômico das pessoas, como:
- Racionalidade limitada: as pessoas têm uma capacidade limitada de processar informações e tomar decisões ótimas, por isso recorrem a heurísticas (atalhos mentais) ou satisfazem (escolhem a primeira opção boa o suficiente) (INVESTOPEDIA, 2021).
- Arquitetura da escolha: as pessoas são influenciadas pela forma como as opções são apresentadas ou estruturadas, por isso podem ser induzidas a fazer escolhas mais favoráveis por meio de “nudges” (empurrões) sutis (UCHICAGO NEWS, 2021).
- Viés cognitivo: as pessoas são afetadas por distorções sistemáticas no seu julgamento ou na sua percepção da realidade, por exemplo, o excesso de confiança, o efeito de ancoragem, o viés de confirmação, entre outros (INVESTOPEDIA, 2021).
- Mentalidade de grupo: as pessoas são influenciadas pelo comportamento ou pela opinião dos outros, por exemplo, o efeito manada, a conformidade social, a norma social, entre outros (INVESTOPEDIA, 2021).
Como a economia comportamental pode ajudar a melhorar seus resultados
A economia comportamental pode trazer diversos benefícios para os profissionais de marketing, como:
- Aumentar a compreensão e a empatia pelos consumidores;
- Reduzir os erros e as falhas nas decisões de marketing;
- Conhecer melhor os fatores que motivam ou desmotivam os consumidores;
- Criar ofertas e campanhas mais atraentes e persuasivas;
- Diferenciar-se da concorrência e aumentar a fidelização.
Para aplicar a economia comportamental em sua estratégia, é preciso seguir alguns passos, como:
- Definir o objetivo e o público-alvo da pesquisa;
- Escolher o conceito ou a teoria mais adequada para o tipo de problema ou de oportunidade que se quer explorar;
- Realizar a coleta e a análise dos dados com rigor científico e ético;
- Interpretar os resultados e transformá-los em insights e ações práticas.
A economia comportamental é uma área fascinante e desafiadora, que requer conhecimento multidisciplinar e criatividade. Se bem aplicada, pode gerar vantagens competitivas e aumentar a satisfação dos consumidores.
A economia comportamental, apesar de ser uma área inovadora e útil, também apresenta algumas limitações que devem ser consideradas. Algumas delas são:
- Questões normativas: a economia comportamental se baseia na racionalidade neoclássica como o padrão normativo para avaliar as decisões das pessoas, mas esse padrão pode não ser adequado ou desejável em situações de complexidade e incerteza, que são mais comuns na vida real (VIALE, 2018).
- Questões metodológicas: a economia comportamental utiliza experimentos controlados para testar suas hipóteses, mas esses experimentos podem não captar a diversidade e a dinâmica dos contextos reais de decisão, nem os fatores culturais e sociais que afetam o comportamento das pessoas (WIKIPEDIA, 2021).
- Questões práticas: a economia comportamental propõe intervenções baseadas em “nudges” para influenciar as escolhas das pessoas, mas esses “nudges” podem não ser efetivos ou éticos em todos os casos, nem garantir a reversibilidade ou a liberdade de escolha das pessoas (VIALE, 2018).
Referências
INVESTOPEDIA. What Is Behavioral Economics? Theories, Goals, and Applications. Disponível em: https://www.investopedia.com/terms/b/behavioraleconomics.asp. Acesso em: 30 out. 2021.
UCHICAGO NEWS. What is behavioral economics? Disponível em: https://news.uchicago.edu/explainer/what-is-behavioral-economics. Acesso em: 30 out. 2021.
VIALE, R. The normative and descriptive weaknesses of behavioral economics-informed nudge: depowered paternalism and unjustified libertarianism. Mind & Society, v. 17, n. 1-2, p. 53-69, 2018.
WIKIPEDIA. Behavioral economics. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Behavioral_economics. Acesso em: 30 out. 2021.
Olá! Eu sou Gérson Silva Santos Neto, e minha paixão é explorar os mistérios da mente humana e desvendar os segredos do cérebro. Mas espere, há mais: sou também um neurocientista biohacker. Vamos nos aprofundar nisso?
O Começo da Aventura
Desde criança, eu já era fascinado pelas perguntas que pareciam não ter respostas simples: Por que pensamos o que pensamos? Como nossas emoções se entrelaçam com os circuitos neurais? Essas questões me impulsionaram a seguir uma carreira na interseção entre a psicologia e a neurociência.
A Jornada Acadêmica e Além
Doutorado em Neurociências e Ciências do Comportamento: Minha jornada acadêmica me levou à Universidade de São Paulo (USP), onde mergulhei fundo no estudo dos distúrbios do neurodesenvolvimento. Imagine: perfis cognitivos, comportamentais e de personalidade da síndrome de Turner, tudo isso conectado à herança cromossômica do X. Foi uma verdadeira aventura científica!
Mestre em Ciências (Neurociências): Antes do doutorado, fiz uma parada estratégica para obter meu título de mestre. Minha pesquisa? Investigar as alterações neuropsicológicas relacionadas ao rinencéfalo, usando a síndrome de Kallmann como modelo. Essa síndrome, com suas disfunções genéticas, é um quebra-cabeça intrigante que me fez perder noites de sono (no bom sentido, claro!).
Biohacking: Desvendando Limites
Aqui está o toque especial: sou um biohacker. O que isso significa? Bem, não apenas observo o cérebro; também experimento com ele. Desde otimização cognitiva até técnicas de meditação avançadas, estou sempre explorando maneiras de elevar nossa experiência mental. Ah, e sim, às vezes uso eletrodos e wearables estranhos. Mas hey, a ciência é uma aventura, certo?
Se você quiser saber mais ou trocar ideias sobre cérebros, biohacking ou qualquer coisa do gênero, estou aqui! 🧠✨