2Nov
Cores e humor: quais as evidências científicas?

As cores são elementos presentes em nosso cotidiano, seja na natureza, na arquitetura, na moda ou na arte. As cores podem influenciar nossa percepção, nossa atenção, nossa memória e até nossa saúde. Mas será que as cores também podem afetar nosso humor? Como as cores podem nos fazer sentir mais felizes, tristes, calmos ou irritados? Existe uma ciência por trás das cores e do humor?

A psicologia das cores é um campo de estudo que investiga como as diferentes cores afetam o humor e o comportamento humano. Ela explora como as cores podem provocar respostas emocionais, bem como como essas respostas são afetadas por fatores como idade e cultura. Alguns tópicos de interesse nessa área incluem:

  • Os significados das cores
  • Como as cores impactam as respostas fisiológicas
  • As reações emocionais às cores
  • Os fatores que influenciam as preferências por cores
  • As diferenças culturais nos significados e associações das diferentes cores
  • Se as cores podem impactar a saúde mental
  • Como as cores podem influenciar os comportamentos
  • Como as cores podem ser utilizadas para promover o bem-estar
  • Como as cores podem ser usadas para melhorar a segurança e o design de ambientes domésticos e de trabalho

Neste artigo, vamos apresentar algumas das evidências científicas sobre as cores e o humor, bem como algumas dicas de como usar as cores para melhorar seu estado de espírito.

Como as cores afetam o humor?

As cores afetam o humor de várias maneiras, dependendo da cor em si, do contexto em que ela é vista, da intensidade, do contraste e da combinação com outras cores. Algumas das formas como as cores afetam o humor são:

  • As cores quentes, como vermelho, laranja e amarelo, tendem a estimular o sistema nervoso simpático, aumentando a frequência cardíaca, a pressão arterial e a respiração. Essas cores podem gerar sentimentos de energia, excitação, paixão, alegria ou raiva (VERYWELL MIND, 2022).
  • As cores frias, como azul, verde e roxo, tendem a estimular o sistema nervoso parassimpático, diminuindo a frequência cardíaca, a pressão arterial e a respiração. Essas cores podem gerar sentimentos de calma, relaxamento, tranquilidade, tristeza ou melancolia (VERYWELL MIND, 2022).
  • As cores neutras, como branco, preto e cinza, tendem a ter um efeito equilibrado no sistema nervoso autônomo. Essas cores podem gerar sentimentos de neutralidade, elegância, sofisticação ou tédio (VERYWELL MIND, 2022).
  • As cores claras tendem a refletir mais luz e criar uma sensação de amplitude e luminosidade. Essas cores podem gerar sentimentos de leveza, pureza ou otimismo (VERYWELL MIND, 2022).
  • As cores escuras tendem a absorver mais luz e criar uma sensação de profundidade e intimidade. Essas cores podem gerar sentimentos de peso, mistério ou pessimismo (VERYWELL MIND, 2022).

Quais são as evidências científicas?

Existem diversos estudos científicos que investigam os efeitos das cores no humor e no comportamento humano. Alguns exemplos são:

  • Um estudo da Universidade do Texas em Austin avaliou o impacto das cores do ambiente de trabalho no humor e na produtividade dos funcionários. Os resultados mostraram que os funcionários que trabalhavam em escritórios com paredes brancas ou cinzas apresentavam mais sintomas de depressão e ansiedade do que os que trabalhavam em escritórios com paredes vermelhas ou azuis. Além disso, os funcionários que trabalhavam em escritórios com paredes vermelhas apresentavam mais atenção aos detalhes e precisão nas tarefas do que os que trabalhavam em escritórios com paredes azuis (KWALLEK et al., 1988).
  • Um estudo da Universidade de British Columbia avaliou o impacto das cores do fundo de tela do computador no desempenho cognitivo dos usuários. Os resultados mostraram que os usuários que usavam um fundo de tela vermelho apresentavam um melhor desempenho em tarefas que exigiam atenção e memória, enquanto os usuários que usavam um fundo de tela azul apresentavam um melhor desempenho em tarefas que exigiam criatividade e solução de problemas (MEHTA; ZHU, 2009).
  • Um estudo da Universidade de Rochester avaliou o impacto das cores da natureza no humor e na autoestima das pessoas. Os resultados mostraram que as pessoas que viam imagens de paisagens verdes apresentavam um maior aumento no humor e na autoestima do que as pessoas que viam imagens de paisagens marrons ou cinzas. Além disso, as pessoas que viam imagens de paisagens azuis apresentavam um maior aumento na autoestima do que as pessoas que viam imagens de paisagens vermelhas (WHITE et al., 2010).

Como usar as cores para melhorar o humor?

As cores podem ser usadas para melhorar o humor de diversas formas, dependendo do objetivo e da preferência pessoal. Algumas dicas são:

  • Escolher as cores das roupas de acordo com o estado de espírito desejado. Por exemplo, usar roupas vermelhas para se sentir mais confiante e energizado, usar roupas azuis para se sentir mais calmo e relaxado, usar roupas amarelas para se sentir mais feliz e otimista, etc. (VERYWELL MIND, 2022).
  • Escolher as cores dos ambientes de acordo com a função e a atmosfera desejada. Por exemplo, pintar as paredes do quarto de azul ou verde para favorecer o sono e o descanso, pintar as paredes da sala de vermelho ou laranja para estimular a conversa e a socialização, pintar as paredes do escritório de branco ou cinza para aumentar a concentração e a produtividade, etc. (VERYWELL MIND, 2022).
  • Escolher as cores dos objetos de acordo com o propósito e a mensagem desejada. Por exemplo, usar objetos vermelhos para chamar a atenção e alertar sobre perigos, usar objetos azuis para transmitir confiança e credibilidade, usar objetos amarelos para expressar alegria e entusiasmo, etc. (VERYWELL MIND, 2022).

Conclusão

As cores são elementos poderosos que podem afetar nosso humor e nosso comportamento de diversas formas. As cores podem provocar respostas emocionais e fisiológicas em nós, bem como influenciar nossas decisões e ações. As cores também podem variar em seus significados e associações dependendo da cultura e da experiência pessoal. Por isso, é importante conhecer os efeitos das cores e saber como usá-las para melhorar nosso bem-estar.

Referências

KWALLEK N, LEWIS CM, ROBBINS AS. Effects of office interior color on workers’ mood and productivity. Percept Mot Skills. 1988;66(1):123-8. https://doi.org/10.2466/pms.1988.66.1.123

MEHTA R, ZHU RJ. Blue or red? Exploring the effect of color on cognitive task performances. Science. 2009;323(5918):1226-9. https://doi.org/10.1126/science.1169144

VERYWELL MIND (2022). Color Psychology: Does It Affect How You Feel? [online article]. Disponível em: https://www.verywellmind.com/color-psychology-2795824. Acesso em: 30 jan. 2022.

WHITE MP, ALCOCK I, WHEELER BW, DEPLEDGE MH. Would you be happier living in a greener urban area? A fixed-effects analysis of panel data. Psychol Sci. 2013;24(6):920-8. https://doi.org/10.1177/0956797612464659

Autor

  • DrGersonNeto

    Olá! Eu sou Gérson Silva Santos Neto, e minha paixão é explorar os mistérios da mente humana e desvendar os segredos do cérebro. Mas espere, há mais: sou também um neurocientista biohacker. Vamos nos aprofundar nisso? O Começo da Aventura Desde criança, eu já era fascinado pelas perguntas que pareciam não ter respostas simples: Por que pensamos o que pensamos? Como nossas emoções se entrelaçam com os circuitos neurais? Essas questões me impulsionaram a seguir uma carreira na interseção entre a psicologia e a neurociência. A Jornada Acadêmica e Além Doutorado em Neurociências e Ciências do Comportamento: Minha jornada acadêmica me levou à Universidade de São Paulo (USP), onde mergulhei fundo no estudo dos distúrbios do neurodesenvolvimento. Imagine: perfis cognitivos, comportamentais e de personalidade da síndrome de Turner, tudo isso conectado à herança cromossômica do X. Foi uma verdadeira aventura científica! Mestre em Ciências (Neurociências): Antes do doutorado, fiz uma parada estratégica para obter meu título de mestre. Minha pesquisa? Investigar as alterações neuropsicológicas relacionadas ao rinencéfalo, usando a síndrome de Kallmann como modelo. Essa síndrome, com suas disfunções genéticas, é um quebra-cabeça intrigante que me fez perder noites de sono (no bom sentido, claro!). Biohacking: Desvendando Limites Aqui está o toque especial: sou um biohacker. O que isso significa? Bem, não apenas observo o cérebro; também experimento com ele. Desde otimização cognitiva até técnicas de meditação avançadas, estou sempre explorando maneiras de elevar nossa experiência mental. Ah, e sim, às vezes uso eletrodos e wearables estranhos. Mas hey, a ciência é uma aventura, certo? Se você quiser saber mais ou trocar ideias sobre cérebros, biohacking ou qualquer coisa do gênero, estou aqui! 🧠✨

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